Você sai correndo pela porta antes de a faca que ele carrega lhe ferir. A rua se encontra deserta, é madrugada, mas ainda faltam muitas horas para o raiar do dia. Para onde você corre agora? As ruas não são seguras, você precisa se esconder. Você salta o muro da vizinha, corre entre a vegetação do terreno baldio que dá acesso a outra quadra. Para onde você foge agora? A delegacia é muito longe, ele está em seu encalço, você não pode gritar. Salta um outro muro, se esconde no escuro, você está em uma casa desabitada. Não, aqui você não pode ficar. Para onde agora?
Pensei em minha primeira postagem neste novo blog, escrever sobre o sexo, ou a promiscuidade ou sobre tudo o que eu pretendia compartilhar com os futuros leitores deste blog. Mas o texto não fluiu por mais de uma semana, até que neste exato momento percebi sobre o que se trata este blog - Escrever é uma construção - Escrevo porque preciso me reconstruir, mesmo antes de destruir as velhas imagens que tenho do mundo e de mim mesmo. Preciso primeiro desenhar este mapa dos caminhos que tracei e dos quais, mesmo desconhecidos, pretendo seguir. Tenho um pouco de medo de prosseguir me despindo do meu passado na busca por construir um novo futuro, no qual, possa finalmente como um Narciso, achar o verdadeiro amor em mim mesmo. Como se faz isso? Como se olha no espelho e se sabe que aquilo refletido é tudo o que sempre se desejou? Nunca tive essa sensação. E agora tenho menos ainda. Quero sair da orbita em que me inseri, trocar de casa, de amigos, de profissão. Quero não ter paradeiro, por
Comentários