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Não o quero.


Não o quero. Não quero seus beijos, abraços, seu corpo, seu sexo. Não, não o quero. Não quero ouvir sua voz, saber sobre o seu dia, seus problemas, suas preocupações, suas percepções, seus planos. Não, não quero lhe confortar. 
Não quero mais as horas de ladainhas pífias, em que reclama sem conclusão. Quero antes a distância, ou enfiar uma faca entra a coluna e omoplata. Quero antes arrancar-lhe o coração. Desfigurar o rosto com sorriso tolo, abrir um corte da garganta ao escroto.
Quero antes a total aniquilação da sua existência, apagar todos os registros do seu nome. Quero o extermínio de todos com o mesmo nome. Quero o fim dos homens. Maldiçoa-los todos e o meu coração por amá-los.
Depois, consumado o ódio, extinguido o seu odor, quero abandonar meu corpo ao mar e à deriva encontrar um novo alguém pra amar.


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